Opinião de um educador do Avalia+

Pouco se fala sobre isso, mas quem realmente nos ensina a ensinar são os nossos alunos.

Ao longo da carreira, estudamos metodologias, planejamos aulas, fazemos formações. Tudo isso é valioso. Mas é na escuta diária, nas reações em sala, nas perguntas inesperadas, nos silêncios — que a nossa prática realmente se transforma.

Por isso, quando falamos em avaliação docente, é fundamental considerar a perspectiva do aluno não como um “julgamento”, mas como uma fonte legítima de aprendizado.

Claro, é preciso preparar os estudantes para isso. Ensinar que o feedback construtivo é uma via de mão dupla: com respeito, com empatia, com foco na melhoria. Avaliar não é “dar nota no professor”, é contribuir com o processo.

Já ouvi críticas do tipo: “Aluno não sabe avaliar”. Mas será que não sabe, ou nunca foi ouvido de forma verdadeira?

Hoje, cada vez que recebo um comentário atento, uma sugestão sincera ou até uma crítica bem colocada de um aluno, uso isso como ferramenta de crescimento.

A escuta ativa é uma forma de formação contínua. E quando o aluno entende que tem esse papel, ele também cresce — se torna mais crítico, mais participativo, mais consciente do processo de aprender.

Se quisermos uma educação realmente dialógica e transformadora, precisamos abrir espaço para essa troca. A sala de aula é uma construção conjunta.