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Opinião de um educador do Avalia+
Durante muito tempo, confesso que torcia o nariz para a ideia de receber feedback dos meus alunos. Não porque eu achasse que eles não tinham algo a dizer — muito pelo contrário — mas porque, no fundo, havia um receio: o medo da crítica, da exposição, da insegurança. A gente se doa tanto em sala de aula que, às vezes, uma observação negativa parece um golpe no nosso esforço.
Mas com a maturidade e com o apoio de colegas mais abertos a essa troca, percebi algo transformador: os alunos têm muito a contribuir para a nossa prática docente — se tivermos coragem de ouvi-los com humildade.
O feedback vindo dos estudantes é valioso porque revela algo que nenhum plano de ensino, por mais bem elaborado que seja, consegue prever: a experiência vivida na sala de aula. O que funciona, o que não engaja, o que inspira — e o que cansa. Claro, nem todo retorno será técnico ou polido. Às vezes, virá cru. Mas mesmo nesses momentos, há sinais importantes a serem observados.
O problema é que muitas vezes transformamos o feedback em algo punitivo — para os dois lados. Professores se sentem atacados. Alunos não sabem se serão levados a sério. Falta-nos cultura de escuta respeitosa e construtiva.
É aí que entra o papel das instituições: criar espaços estruturados, protegidos e transparentes para esse diálogo. E, principalmente, estimular uma cultura onde ouvir o aluno não seja visto como fraqueza, mas como sabedoria.
Não precisamos temer o feedback. Precisamos usá-lo como bússola. É ouvindo com empatia que conseguimos evoluir — e, mais importante, fortalecer o vínculo de confiança com nossos estudantes.
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